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• My Life As Myself •

The creator of this blog is currently trying to be a proper adult. Here, they try to figure out life through photography, writing, music and the occasional existential crisis. Enjoy.

• My Life As Myself •

The creator of this blog is currently trying to be a proper adult. Here, they try to figure out life through photography, writing, music and the occasional existential crisis. Enjoy.

6 am poet

and

with those painful words,

she made me finally understand that

no one

truly knows me at all.

the person

whose heart I kept closest to mine

unknowingly

sharpened the knife that

I put through my chest.

hoping that

time would fade

my pain to grayness,

I tried to fall asleep but

instead held my tears

for the rest of the dreaded night,

believing things

would never be the same

again.

 

- who

Não me apeteceu comprar um diário

Com tempo e ideias a mais só penso nas minhas paixões e em como explorá-las ao máximo.

A predileta sempre foi a música. Não há dia que passe sem ela e é uma grande fonte de inspiração. Tentei fazer algo disso já que toco vários instrumentos; estive alguns meses numa banda com um estilo que agradaria infinitamente a uma versão mais nova de mim própria, não tanto à pessoa que sou hoje. Acabei por perceber que tinha de desistir para poder dar uma oportunidade ao que realmente quero fazer na única vida que tenho, ainda que continue a explorar esse meu lado musical de vez em quando.

A escrita esteve sempre lá para mim, especialmente nos piores momentos; se não tivesse descarregado uma parte do turbilhão que ia na minha cabeça nessas alturas nem sei... Ou simplesmente prefiro não falar disso. Mas é verdade que ainda hoje uso as palavras como escape e tudo o que escrevo está ligado a experiências pessoas e reais.

Captar imagens do que me rodeia e até de mim própria também é uma fonte de expressão que tenho vindo a utilizar cada vez mais. Há uma beleza infinita em algo que fala sem dizer nada.

Mas filmar... não sei. O cinema e a televisão foram sempre tão indispensáveis que acabei por os tomar como garantidos ou simplesmente algo que se vê e não se faz. No entanto, há quase um ano, comecei a querer brincar um pouco com isso. Juntar a imagem, a escrita, até a música que vai fluindo no fundo. Nem sei como virou carreira de sonho, como se tornou um amor tão forte, uma necessidade. O que importa é que gosto mesmo. Podem dizer que não tenho futuro e que vou viver miseravelmente. Já quase não oiço os conselhos de quem é inexperiente no assunto, para ser honesta. Miserável estaria eu se tivesse que escolher algo “seguro”. Não é segura então a minha paixão por uma arte que nunca há de se extinguir? Enquanto este fogo queimar não vou parar de lutar para conseguir o que quero. Enquanto não tenho a oportunidade de estudar a 7ª arte e tudo o que ela envolve, vou explorando o sonho de ser cineasta.

 Há semanas atrás numa das múltiplas conversas descabidas com aquela amiga de sempre – coincidentemente (ou talvez não) a única que se encontra na mesma condição financeira e estudantil que eu – nasceu um projeto. Não sei já quem o disse primeiro mas sempre tive algo parecido em mente – um documentário. Filmar 5 anos da nossa vida, desde a graduação da escola secundária até sermos oficialmente licenciadas; pelo meio, os dois anos que tirámos para juntar dinheiro para as propinas e tantos outros momentos e ritos de passagem para a vida adulta. É um plano complexo, não tanto pelas filmagens mas pela edição de todo o material que vamos acumular. Ter de olhar para trás pode ser doloroso, ainda mais quando a ideia é a de expormos a nossa própria vida, crua e puramente.

Quero fazer com que tudo isto resulte. Gostava de participar em festivais indie; poder mostrar uma realidade a um grupo de pessoas e, quem sabe, fazer alguém ver que não está sozinho.

Acima de tudo, gostava de poder viver mais do que existo.

 

- who

 

 

Monólogo interior de mini-epifanias e factos não-fictícios

Quando temos 16 anos pensamos que sabemos tudo; que somos praticamente adultos; que estamos preparados para ser independentes.

Sempre fui assim, só tinha vontade de crescer. Depois cheguei aos 18 e o medo de cair na realidade apoderou-se de mim. O modo-piloto foi desativado e tudo parece um obstáculo.

Uma vez ouvi alguém dizer o quão bom seria se soubéssemos que estamos nos bons velhos tempos antes dos mesmos chegarem ao fim. Eu sempre pensei que os bons velhos tempos seriam na casa dos 20, quando me licenciasse e tivesse casa própria e tudo mais... Ainda vou a meio dos 18 mas o liceu parece-me assemelhar-se a essa definição. Odiei lá estar, foi quando atingi a maior profundidade da minha depressão; foi quando comecei a ver quem eram as pessoas que importavam e tantas outras que fingiam se importar. E foi também quando comecei a recuperar, a construir bases mais fortes para as amizades e aceitar que nem toda a gente me vai perceber.

Tudo isso me afetou, fez com que me tornasse na pessoa que sou hoje.

Hoje, estou a tentar assumir o controlo. As férias já não parecem férias quando vou vagueando pela casa depois de me candidatar a inúmeros empregos sem resposta. Só me dá para sonhar com a escola onde quero estudar, absorver todo o conhecimento possível. Sem fantasias não havia motivação para não desistir da procura. Sem trabalho não vou conseguir atingir os meus objetivos.

Vou fechar os olhos e imaginar algo mais.

 

- who

 

Reminders

Parece que toda a gente saiu e eu fiquei aqui, lendo vezes sem conta um convite vazio.

Oiço falar dos suspiros, da exaustão... e eu só desejo poder ter isso também. Quero estar longe, num sítio maior e mais aberto; gostava de reclamar sobre o peso dos livros ou das estúpidas mesas desniveladas; poder ser um pouco mais eu própria.

Mas faltam pelo menos 12 meses do trabalho que não há meio de aparecer. Há ideias a surgir, algo que me ajude a preencher o tempo de espera, mas também me faltam os materiais, o dinheiro, o timing...

Neste momento preciso de estar a milhas de distância; afastar-me do que conheço e descobrir outros refúgios. Talvez, um grande talvez, partilhar um outro pequeno mundo físico com aquela minha cara-metade platónica que melhora todos os momentos, independentemente de tudo o resto.

Mas fugir nunca resultou. Só faz com que o regresso seja mais doloroso. 

Então fico aqui todos os dias, presa neste quadrado insignificante onde nada entra ou escapa. E vou pensando nos dias futuros e hipotéticos em que vou ser grande; em modestamente me ir gabando dos meus sucessos; em que posso pegar no volante e desaparecer por um bocadinho.

- who